quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Como sou



Guardo ondas presas na saliva

Tenho asas

As velas do meu barco são a remos

E as gaivotas riem-se do esforçoque faço a viver.

Guardo sopros de vida em nuvens de algodão doce

Tenho guelras

A minha vida é uma feira de pregões

E nado na minha cidade Atlante

Á procura da rua onde moro

Entre algas e aloes vera.

Não guardo penas

Não quero

Os meus olhos deitam as lágrimas fora

Não guardo soluços

Grito-os ao mundo tão alto como

Roucas ficam as cordas vocais

Desta guitarra Portuguesa que é o meu corpo.

Olho para tráz para a frente e vejo-me

E vejo-te e vejo o riso das crianças

Passo pelos muros desta prisão

A que chamamos realidade.

Resumo

Ser é a prazo, de cada vez

E levo comigo os retratos de todas as vidas

As que vivi e as que viverei

Aqui ou noutro planeta

À noite ou noutro Sol

Com o cabelo molhado da chuva de meteoritos

O corpo tapado de cinza

O olhar iluminado de lava

Mas sempre sempre a sorrir, ou não?

1 comentário:

Unknown disse...

E continua a sorrir miga, ficas linda e iluminada...continua a sorrir...sempre...